24 de nov. de 2011

Agora és poesia

@gabegou

Não conseguia lhe dizer nada, nem palavras ou lágrimas, e sua expressão vazia era um espelho. Porém eu já não me reconhecia. Naquela mistura veloz de sentimentos, sentidos, paisagens e personagens, tudo o que lhe via refletir a face era uma tentativa, um quase, uma capitular reticente esperando ser resgatada da solidão.

De repente, me vi em abrupta queda sobre a sua pele lisa e fria, e aquele toque, inacreditavelmente suave, foi o encontro mais profundo entre superfícies.

Aí então já éramos parceiras na dança do destino: meus passos ritmados definiram que, finalmente, ela era uma poesia.

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