6 de nov. de 2010

FIM

Ramiro Simch

Dia 31: sua primeira vez. Foram votar todos juntos.

Todo o ideário político da família pairava sobre ele; o dominava sem agressividade, tranquilo. Era ponto pacífico, estabelecido não-oficialmente: votaria igual eles.

(Seus irmãos já passaram por isso, tudo bem.)

Parou defronte à urna. Por que não? Que pensamento explosivo.

Digitou o número do outro candidato e confirmou. Ato subversivo silencioso.

Deu. Era um rebelde, um terrorista secreto no banco de trás. Seu pai, a um metro de distância, morreria - dezesseis anos depois - sem desconfiar.



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