@pv_lopes
A correspondência estava na caixa de correios. Há alguns dias Dona Carolina não conferia a chegada de cartas, pois já estava habituada ao uso da internet.
Aproveitou a brecha da chuva, logo após o almoço, para conferir a caixa. Estava lá, a carta da neta.
"Querida vó,
É com muito prazer que envio esta carta. Quero avisá-la que a vida aqui no sítio está muito boa. Aprendi a tirar leite e tratar os animais. Ontem fiz um passeio à cavalo durante a tarde só pra ver a cachoeira que eu havia descrito para a senhora. Pena que a água estava muito fria, senão teria aproveitado para tomar banho.
Os últimos dias tem iniciado com a grama coberta pela geada. Dá uns barulhinhos quando pisa.
Amanhã vou começar a horta nova. Ela ficará entre a casa e a bergamoteira. Serão seis canteiros, um para cada salada. Quando estiverem no ponto de colheita levarei alguns pés de alface para a senhora.
Vó, encerro mais esta carta com a felicidade dessa nova fase na minha vida, acompanhada da saudade de estar com a senhora. Semana que vem envio mais notícias.
Com carinho,
Joana"
Uma pequena lágrima escorreu pelo rosto e um sorriso no canto da boca, enquanto Dona Carolina fechava a carta.
Sentia orgulho da neta, pois ela estava no caminho de encontrar a resposta para as suas inquietações. Ela, que vivia angustiada pela procura daquilo que nem ela sabia o que era, apenas sabia que existia. O confronto com o acaso parecia estar trazendo a tranquilidade que tanto desejava.
Nenhum comentário:
Postar um comentário