23 de jun. de 2011

Lá no fim da rua

Ramiro Simch
@miroez

o sol nasceu em cima da rua Águia
do jeito que nasce há oitenta verões
redondo, laranja, sossegado, frio
assim a rua Águia enxergou seu sol.

e aquela senhora, tão aprazível
ali adiante, andando, quem é?
é a Dona Raíssa, ora, quem mais?
que mora aqui, toda a vida morou.

no passo pequeno (como que de formiga!)
a antiga chegou à entrada do lar
após caminhar, de ponta a ponta, a rua amiga.

mas veja, que susto! a porta arrombaram
as coisas roubaram, a vida sumiu
e Dona Raíssa? já era sua hora - os anjos levaram.



Um comentário:

  1. j.antoniossilva@gmail.com23 de junho de 2011 às 20:22

    Sacanagem com a Raíssa, mas gostei do poema!


    José "Pai" Antônio Silva

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